Os jardins sempre estiveram presentes ao longo da história, retratando sobre o momento cultural e a religiosidade de um povo.
Com base em registros da história da civilização, pode-se constatar que o oriente contribuiu muito para a evolução das artes, entre elas o paisagismo.
Mas o que isso tem a ver com os jardins brasileiros? Confira a seguir as influências na história dos jardins no Brasil.
As primeiras informações sobre jardins na Antiguidade são do terceiro milênio a.C., escritas pelos babilônicos, que descreviam os “jardins sagrados” sobre antigos templos — também conhecidos como ziggurats.
Nessa época os jardins eram construídos dentro ou no entorno dos palácios, em planícies ou em patamares, e produziam frutas, flores, legumes para alimentação e adornos, além de servir para rituais.
Os jardins mais famosos foram os Jardins Suspensos da Babilônia (605-652 a.C.), construídos pelo rei Nabucodonosor como um presente para sua esposa.
Considerada uma obra ousada de engenharia com seu complexo sistema de irrigação, os Jardins Suspensos eram compostos por uma sucessão de terraços em patamares ascendentes na encosta de um morro, e foram aclamados como uma das maravilhas do mundo.
Desenvolvidos de acordo com a topografia do rio Nilo, os jardins egípcios apresentavam rigorosa simetria e possuíam a principal função de refrescar seus visitantes por conta do clima desértico.
Acredita-se que foram implantados há cerca de 4 mil anos, influenciados pela astrologia e pela crença em deuses.
Apesar da ascendência egípcia, esses jardins fugiam da simetria e sofriam imposições diferentes quanto ao clima e à topografia. Além disso, possuíam características mais naturais e simplistas, sendo, em muitos casos, extensões de partes da casa.
Os jardins gregos se destacaram por utilizar esculturas próximas à realidade.
Durante a idade média, entre a Antiguidade e o Renascimento, os jardins mantiveram esse ar simplista, sendo encontrados em mosteiros e castelos, áreas planas e fechadas, e contavam com flores para ornamentação de altares, frutas e plantas medicinais e aromáticas.
Nessa época desenvolveu-se a ideia de labirintos em jardins de castelos e notou-se uma crescente necessidade de retratar o domínio religioso, representado pelo estilo gótico.
A Itália, inspirada na Roma Antiga, apresentava estátuas e fontes monumentais em seus jardins, que eram vistos como centro de retiro intelectual, onde artistas e sábios trabalhavam.
Nos jardins italianos novamente encontrava-se a simetria das formas geométricas e o contraste da natureza com as obras dos homens.
Na França, os jardins baseavam-se inicialmente nos medievais, mas a arquitetura francesa introduziu-se em ideias vindas de arquitetos italianos, assemelhando-se ao estilo do outro país.
Com o passar do tempo, a tradição francesa foi se impondo e criando um estilo clássico de jardim francês, que se caracterizava por plantações baixas, permitindo maior visibilidade das construções e adotando a perspectiva em grandes espaços com o intuito de transmitir seu poder.
Já na Inglaterra, com a aproximação do Romantismo, os jardins garantiam o contato com a natureza em sua forma mais singela e eram identificados pela irregularidade e pela falta de simetria.
Linhas graciosas, vastos campos verdes, plantas isoladas, pequenos bosques, construções em ruínas e poucos grupos de árvores compunham os jardins ingleses.
O paisagismo deu seu primeiro passo em solo brasileiro com a colonização portuguesa e as invasões holandesa e francesa. Mas com a direta influência portuguesa, os primeiros jardins no Brasil eram compostos, na maior parte das vezes, por poços, fontes, hortaliças, frutas e citrinos.
Com escassos elementos decorativos, os primeiros jardins brasileiros costumavam ser cercados, mantidos nos fundos das casas urbanas, fazendas ou escolas, sendo de uso restrito.
Misturavam-se os conceitos de horta, quintal, pomar, jardim de flores e área de lazer e relaxamento, porém as construções tomavam conta de quase todo o terreno e não havia uma tendência marcante.
A presença da Corte, a partir de 1808, favoreceu o início do cultivo de jardins segundo os modelos estéticos da Europa, aderindo, por fim, ao paisagismo.
Em toda a história dos jardins, eles proporcionaram sentimentos positivos aos moradores de uma casa. Foram retratados como poder, naturalidade, pacificidade, intelectualidade e harmonia.
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MARAVILHA.
O nosso clima, como o aqui do Vale do Paraíba, e de Campos do Jordão, é propício a esse tipo de jardins.
Boa tarde "quintadellarte"
Sei que já faz 4 anos deste post. Mas está bem estruturado, parabéns. Eu gostaria de saber quais as referências que usaste para compor o texto
Olá, parabéns pelo blog. Tens algum material sobre preservação de jardins históricos? O entendimento de que cada predio tombado também precise ter seu entorno mantido?